Harleys são excelentes motos, a gente percebe a qualidade em vários detalhes.
Motos de aluguel, assim como carros de aluguel, não são veículos de sonhos. São, normalmente, abusados ao extremo, e por gente que não está nem aí para a sua manutenção, quanto menos para uma pilotagem adequada.
Motos de aluguel, assim como carros de aluguel, não são veículos de sonhos. São, normalmente, abusados ao extremo, e por gente que não está nem aí para a sua manutenção, quanto menos para uma pilotagem adequada.
As motos que nos deram eram assim. A Sportster, em particular, estava em mau estado. Acredito que um dos coxins do motor estava quebrado. Ela trepidava muito sempre entre 55 e 70 mph (milhas por hora) em 5a. marcha e estava bem redondinha fora desta faixa de rotação.
Isto incomodava bastante, principalmente em estradas onde tínhamos que rodar nestas velocidades. Fora isto, um dos alforjes estava sem o fecho e nós o fechávamos com um dos extensores. O farol iluminava muito bem o para-lama dianteiro, e nada mais - estava totalmente desregulado.
Os pneus estavam bons e, nas highways, ela fazia, consistentemente, mais de 54 mpg (54 milhas por galão, ou 22 km/l). Bom para uma moto judiada. Em Grand Canyon, a lente do pisca dianteiro esquerdo caiu e virou pasta embaixo de um eighteen-wheeler. Comprei uma nova em Albuquerque, só US$ 3.80.
A Eagle, quando alugamos as motos, jurou de pé junto que só tinham Sportsters Standard. Recebi uma Custom, que recusei frontalmente, e então me deram uma Low. O banco de ambas é péssimo, mas a Low, pelo menos, tem pedaleiras centrais. Não teria rodado nem 100 milhas com as pedaleiras avançadas.
Em Santa Fe comprei uma almofada de gel. Não conseguiria chegar ao final da viagem sem ela.
A Heritage estava em melhor estado, se bem que os alforjes laterais eram ruins - os parafusos de fixação estavam aparentes e rasgavam qq coisa se não tomássemos cuidado. Os faróis auxiliares e o principal também estavam totalmente desregulados.
O pior desta moto, entretanto, foi o calor que o motor emanava. A Jackie reclamou já no começo da viagem e, em nossa segunda parada, ao chegarmos ao motel, vimos que a coxa direita dela tinha várias bolhas de queimaduras. Sim, isto mesmo, queimaduras sérias! Gente, nada a ver com encostar a perna no escapamento ou coisa assim. As queimaduras foram feitas pelo calor do motor. Por várias milhas ela teve que pilotar com o pé direito apoiado no mata-cachorro e com a mão protegendo a ferida do calor até chegarmos a Kingman, AZ, para fazer um curativo.
Improvisamos uma proteção com uma joelheira de neoprene e algumas meias de lã dentro dela. Isto permitiu que ela suportasse a viagem. Entretanto, a partir de Farmington, o motor começou a soltar muito calor também pelo lado esquerdo. Ainda assim ela conseguiu aguentar até o final da viagem.
Em Las Vegas levamos a Heritage na filial da Eagle Rider. Queríamos trocar a moto e eles não concordaram. Disseram que "era normal em H-Ds injetadas". Fiquei muito puto. Tá, H-D injetada é um lixo, mas esta tinha a mistura pobre demais!!! Fritava mesmo.
O consumo na estrada era bom, em torno de 20 km/l, mas isto não justifica o que acontecia.
Ao devolvermos as motos na Eagle Rider, o gerente veio falar conosco. Havíamos enviado mensagem a ele alguns dias antes. Ele pelo menos nos ouviu e, depois de tudo, nos deu um desconto no aluguel e seguro.
Se você ler este post, fique avisado: não aceite moto com problemas, não aceite moto que você não alugou e devolva a moto imediatamente na primeira filial, se possível quando algum grupo grande de motociclistas estiver pegando as suas.
Postar um comentário